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Estratégia de Saúde da Família e Questão Ambiental

05/11/2011

Estratégia de Saúde da Família e Questão Ambiental

Por  William Malagutti - Coordenador da pós-graduação em SAÚDE PÚBLICA E PSF PARA ENFERMEIROS

É recente a incorporação, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), da problemática ambiental à atenção básica. O projeto de Atenção Primária Ambiental (APA), de 1998, é um primeiro esforço nesse sentido, elaborado por sua representação na América Latina, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).

A participação comunitária deve basear-se em estratégias para o desenvolvimento sustentável incluindo a atenção primária do ambiente, a atenção primária à saúde e a educação das crianças e adultos.

A contínua urbanização, associada à expansão industrial, tanto urbana como rural, transformou-se num problema crescente para a saúde pública e requer intervenção antes que se torne incontrolável. Ainda que a maioria dos países possua algum tipo de regulamento sobre despejos industriais, seu cumprimento não é efetivo porque as autoridades sanitárias não têm a capacidade nem os meios para vigiar ou obrigar sua aplicação. 

Comprovou-se que os veículos a motor e algumas atividades industriais que queimam gasolina são as fontes principais de chumbo, elemento que reduz a capacidade de aprendizagem nas crianças. A geração de substâncias que favorecem a fotossíntese, derivadas dos processos de combustão, é a responsável por infecções respiratórias em muitas pessoas nos grandes centros urbanos.

Em relação à urbanização há relatos sobre passeios públicos íngremes associados a quedas e traumas em favelas urbanizadas, áreas livres para lazer e caminhadas em bairros planejados, vielas estreitas que impedem o atendimento de urgências em áreas invadidas e a poeira das ruas sem pavimentação, a que atribuem a persistência de problemas respiratórios.

No tocante ao ambiente intradomiciliar, são frequentes as observações sobre falta de ventilação e umidade excessiva e a ocorrência de bronquites em adultos e crianças; escadas e acessos inseguros e o risco de acidentes domésticos; além da proximidade de córregos e barrancos e o permanente perigo de enchentes e deslizamentos, que é uma grande preocupação e co-responsabilidade de Secretarias de Saúde, Promoção Social, Defesa Civil entre outros.

Já nos ambientes rurais a população que convive com grande quantidade de queimadas, uso indiscriminado de fertilizantes e agrotóxicos, bem como o acúmulo de ?esterco? em pastos e fazendas, fazem com que se exponham a diversos tipos de poluições como: solo, ar e água.

Em relação à criação de animais domésticos, como gatos e cachorros, em domicílios muito pequenos, sem ventilação, de modo que esses animais convivem no mesmo espaço exíguo em que os donos, há relatos de pessoas que convivem em barracos se nenhuma infraestrutura com gatos, cachorros, e algumas pessoas da casa são tabagistas e portadores de bronquite que nunca melhora. Há relatos de cães com sarna e outras doenças potencialmente transmissíveis ao homem. Há a sugestão de incorporar um veterinário à equipe.

Podemos finalizar, citando A Conferência Panamericana sobre Saúde e Desenvolvimento Humano Sustentável, realizada em Washington - 1995, que define:

 "A atenção primária ambiental é uma estratégia de ação ambiental, basicamente preventiva e participativa em nível local, que reconhece o direito do ser humano de viver em um ambiente saudável e adequado, e a ser informado sobre os riscos do ambiente em relação à saúde, bem-estar e sobrevivência, ao mesmo tempo em que define suas responsabilidades e deveres em relação à proteção, conservação e recuperação do ambiente e da saúde."




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