Pilates Terapêutico Aplicado nas Lombalgias por Hérnias Discais
Por: Fst Esp Sandra Amaral
Introdução:
Não é incomum que pacientes com lombalgia sejam encaminhados para o Pilates e uma vez nestas aulas, se não estiverem sendo acompanhados por profissionais habilitados a lidar com dor, poderão ter suas dores agravadas. Portanto, como saber qual é a diferença e quando indicar uma ou outra técnica?
Vamos ver as principais diferenças entre Pilates Tradicional ou Fitness e Pilates Terapêutico ou Clínico:
Lombalgia por Hérnias Discais
A dor lombar pode ter várias etiologias (causas), sendo as hérnias discais um importante fator. As herniações discais são condições as quais uma parte ou toda a porção central (gelatinosa) de um disco intervertebral (núcleo pulposo) é forçado através de uma parte debilitada do anel fibroso do disco, podendo comprimir uma raiz nervosa e causar dor ou incapacidade funcional (dificuldade de movimentar-se).
Vários fatores podem ocasionar as herniações como traumas no esporte, por exemplo, sobrecargas repetidas rotacionais, como trabalhadores que levantam e abaixam transportando cargas pesadas, processos degenerativos pela idade.
O importante é que diante da dor, o indivíduo não prossiga em suas atividades físicas ou laborais, até que se descubra a origem da dor e se possa corrigir o fator causal, a postura ou o movimento que está causando o distúrbio.
Além disto, deve-se procurar ajuda médica para que se possa fazer uso de fármacos que remediarão a dor ajudando a resolver o processo inflamatório, se houver um. E ter sempre a avaliação de um fisioterapeuta, que poderá efetivamente, intervir nas mudanças posturais necessárias, além de reabilitar músculos em desuso que perpetuam a dor.
Caso não haja cuidados deste tipo, a lesão inicial na coluna poderá evoluir para uma cirurgia, o que nem sempre oferece bons resultados. Brandt e Wajchenberg em artigo publicado em 2008 revelam que em um estudo retrospectivo em pacientes operados, observou-se a deteriorização dos resultados cirúrgicos em 45% dos casos, concluindo-se que se deve manter o tratamento clínico fisioterapêutico mesmo após o tratamento cirúrgico.
A fisioterapia como ciência nova, validada na década de 1960, vem crescendo e abrangendo diversas áreas, sendo a ortopedia um importante campo de atuação do fisioterapeuta, por proporcionar à população com lesões músculo-esqueléticas, analgesia, reabilitação funcional e consciência postural.
Bibliografia
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